De posse de fotos de vítimas, os estelionatários conseguem até fazer financiamentos em instituições financeiras
Quem tem o costume de resolver a vida digitalmente e de forma ágil possivelmente tenha experimentado enviar uma selfie segurando algum documento, como RG ou CNH, para conseguir autenticar a identidade e completar um cadastro em algum aplicativo pelo celular.
Procedimentos como este, cada vez menos burocráticos e mais simples, são adotados por empresas, muitas delas instituições financeiras.
Assim, é possível abrir contas bancárias e até emitir cartão de crédito.
Mas, o que deveria ser uma maneira descomplicada do cliente se relacionar com a empresa e vice-versa, e evitar deslocamentos e filas, virou um novo jeito de enganar as pessoas.
Chamado ‘golpe da selfie’, ele existe há algum tempo, segundo o delegado Emmanuel David, da Delegacia de Estelionato, e “essa é uma segunda modalidade que está acontecendo bastante no estado do Paraná.”
Uma dessas vítimas mora em Curitiba, no bairro Água Verde, e registrou o boletim de ocorrência no dia 12 de julho.
Após contato por mensagem de aplicativo pelo celular, a vítima foi presenteada em casa com alguns cosméticos – inclusive de marca famosa.
O “entregador” solicitou a foto e, de posse dela, os fraudadores conseguiram fazer um financiamento de R$ 80 mil de um carro, que pode somar um prejuízo de mais de R$ 300 mil à vítima, calculados juros, taxas e correções.
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David revela que o ‘golpe da selfie’ acontece muito em São Paulo e está migrando ao Paraná.
Lá, eles vão nas praças, procuram pessoas que estão andando na rua e oferecem prêmios para as pessoas. Por exemplo, kit de perfume, kit de sabonete, e falam para a pessoa que precisam bater foto e pegar documentos para cadastro nos sites [das respectivas empresas], para futuras promoções.
Procedimento é simples
Em alguns bancos, o processo é bastante simples e os golpistas conseguem atingir seus objetivos com facilidade.
“Você faz o financiamento só com a foto.
E aí eles [os golpistas] estão vindo para Curitiba e conseguindo fazer financiamento de veículos usando isso. E a vítima é de São Paulo, geralmente.”
Evitar
O delegado David faz um alerta para a população e sugere nunca deixar que tirem fotos de documentos e nem passar dados de documentos a quem quer que seja.
“Se o fez, faça um boletim de ocorrência, para tentar se precaver.
Porque pode ter sido vítima de um golpe e, posteriormente, pode ter um financiamento no seu nome.”
Ele destaca a importância de registar o boletim de ocorrência.
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