Médicos americanos afirmam que o tocilizumab, conhecido como Acterma, reduz drasticamente a chance de pacientes que precisam de respiração mecânica morrerem.
Mais um medicamento testado se mostrou promissor no tratamento de pacientes com Covid-19 em estado grave.
Desta vez, médicos da Universidade de Michigan, nos EUA, afirmam que o tocilizumab pode reduzir drasticamente a chance daqueles que necessitam respiração mecânica morrerem.
O anticorpo monoclal recombinante em questão é vendido pelo laboratório Roche sob o nome comercial Acterma e é usado principalmente no tratamento de artrite reumatoide.
Para esta doença, ele funciona bloqueando o receptor de uma proteína do sistema imunológico que desempenha um papel importante no processo inflamatório, o IL-6.
No caso de infecção pelo Sars-Cov-2, o remédio não permitiria a ligação da molécula IL-6 produzida ao seu receptor e, com isso, impediria a ação de citocinas pró-inflamatórias associadas aos quadros graves da doença.
Método de pesquisa
Alguns pacientes com o novo coronavírus sofrem um agravamento repentino de sua condição após vários dias, situação ligada a uma reação imune excessiva do corpo.
Os médicos americanos se propuseram, então, a controlar esta reação.
Para isso, eles deram o tocilizumab a 78 pacientes com Covid-19, dependentes de ventilação mecânica.
Segundo os médicos, aqueles que receberam o medicamento tiveram 45% menos chances de morrer do que os que não o fizeram.
Embora os resultados sejam animadores, há uma grande ressalva. Os médicos sabiam quais pacientes tomaram o medicamento e quais não, o que indica que as escolhas para o estudo poderiam ter sido tendenciosas – pessoas com maior probabilidade de melhorar de qualquer maneira, por exemplo.
Por esta razão, são necessários mais estudos para comprovar a eficácia do remédio no tratamento da Covid-19.
Coquetel
No fim de maio, a Roche anunciou que iniciaria um teste para combinar seu bloqueador de IL-6 com o remdesivir, antiviral que obteve aprovação emergencial nos EUA para o tratamento da Covid-19, o qual poderia impedir a replicação do vírus.
Ao combinar o remdesivir com o tocilizumab, médicos podem estar se aproximando de um coquetel capaz de reduzir a taxa de mortalidade pelo vírus, um importante passo da comunidade científica nesta pandemia.
Via: MIT Technology Review
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