A investigação da Polícia Civil de Cascavel, no oeste do Paraná, revelou novos desdobramentos sobre os casos de abusos sexuais envolvendo um padre preso na cidade.
De acordo com a delegada Thaís Zanatta, responsável pela apuração, o arcebispo da época tinha conhecimento das denúncias, mas, em vez de comunicar às autoridades, determinou que fosse firmado um acordo de silêncio entre o acusado e um seminarista.
Padre preso em Cascavel é investigado por abusos contra jovens
As investigações apontam que o religioso teria cometido abusos em diferentes períodos:
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Entre 2009 e 2010, quando ainda era seminarista, teria tentado estuprar outro colega.
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O caso foi levado ao arcebispo da época, que optou por encobrir a situação e fazer com que os envolvidos assinassem um termo de confidencialidade.
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Entre 2013 e 2014, já como padre, ele oferecia presentes, dinheiro e bebidas a adolescentes, alguns menores de 14 anos, que dormiam em sua casa.
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Em 2019, o padre é acusado de dopar e abusar de um jovem de 19 anos, que posteriormente tentou suicídio em dezembro de 2024, fato que levou à denúncia formal à polícia.
Delegada aponta omissão da Igreja
Durante coletiva de imprensa, a delegada Thaís Zanatta afirmou que a conduta do arcebispo da época pode ser considerada criminosa, já que ele teria agido para abafar os casos de abuso sexual, deixando de acionar a polícia e de proteger as vítimas.
Segundo Zanatta, a omissão institucional favoreceu a continuidade dos crimes:
“Houve um acordo entre o padre e o seminarista, determinado pelo arcebispo, e isso impediu que a denúncia chegasse às autoridades competentes”, destacou.
Caso segue em investigação
A Polícia Civil segue reunindo provas e depoimentos para esclarecer o envolvimento do padre e de outras autoridades religiosas no caso. O arcebispo citado já é falecido, mas a investigação avalia a responsabilidade da Igreja diante das denúncias.
O caso ganhou grande repercussão em Cascavel e em todo o Paraná, trazendo à tona novamente o debate sobre abusos sexuais cometidos por religiosos e a forma como a Igreja lida com as denúncias.
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