Líder indígena no Oeste do Paraná pede regularização de terras e resolução pacífica.
Conforme o jovem Ronaldo Esquivel, de 21 anos, cacique da aldeia, disse que eles não são invasores, já que são naturais da região.
“Eles alegam que somos paraguaios que estão invadindo território.
Mas eu sou natural daqui, não invadi nenhum lugar.
Meu avô morreu aqui e meus ancestrais também.
As pessoas que chamam os povos originários de invasores precisam estudar, descobrir como foi a descoberta do Brasil e tirar a conclusão de quem é o invasor.
Quando os portugueses chegaram aqui, eles assinaram a carta e deram documentos para cada um.
Cadê o documento original assinado por algum Guarani? Eu não sou português, sou indígena”, afirmou.
Conflitos na região
Ronaldo falou também sobre os conflitos e o objetivo dos indígenas é lutar pelo espaço para que as famílias possam sentir segurança.
Além disso, questionou a falta de interesse do governo em resolver a questão na região.
“Não cabe a mim julgar. Não estamos aqui para machucar ninguém. Não quero que minha família seja ferida e nem eles ferirem ninguém.
Esses conflitos que vêm acontecendo, não sei se é desinteresse do governo resolver, pois eles têm autonomia, mas esperam essas tragédias acontecerem”, afirmou.
Ao ser questionado sobre quem são os agressores, o cacique relatou que para ele não há diferença, pois recebe os Guaranis, independente de onde eles vieram.
“Guarani é Guarani, não importa da onde.
Para nós indígenas guaranis, podem vir de São Paulo, Mato Grosso, são Guaranis”, defendeu.
Esquivel falou ainda que o conflito só vai acabar quando as reservas forem reconhecidas.
“Enquanto não houver regularização de território e for um jogo político […] Vocês sabem da realidade, das dificuldades que temos.
Esses conflitos só atrapalham os nossos jovens nas escolas, nas empresas.
Queremos ser parceiros do município, mas acho que eles têm receio.
Como líder, estou disposto a uma resolução pacífica para termos uma tranquilidade para viver”, finalizou.
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