Rio atingiu neste ano seu menor nível desde baixa recorde de 1944.
Gustavo Alcides Díaz, pescador e caçador argentino de 40 anos e morador de uma ilha margeada por um rio, está em casa na água.
Antigamente, o Rio Paraná banhava as margens próximas de sua casa de palafitas de madeira, que ele alcançava de barco.
Os peixes lhe davam alimento e renda, e ele destilava a água do rio para beber. Agora, ele contempla um fio de água barrenta.
O Paraná, segundo maior rio da América do Sul, só atrás do Amazonas, atingiu neste ano seu menor nível desde a baixa recorde de 1944, afetado por secas cíclicas e chuvas minguantes em sua foz brasileira.
A mudança climática só piora essas tendências.
O declínio da hidrovia, que conecta uma parcela enorme do continente, afeta comunidades ribeirinhas como a de Díaz, atrapalha o transporte de grãos na Argentina e no Paraguai e contribui para um aumento dos incêndios florestais, prejudicando sistemas de pântanos.
“Isso é histórico.
Nunca o vi tão baixo em toda minha vida”, disse Díaz em sua casa de Charigue, cerca de 300 quilômetros acima em relação à capital Buenos Aires, lamentando o impacto nos estoques de peixe e de água doce.
“Quando tudo seca, a água apodrece.”
A crise do Paraná é um dos muitos dramas surgindo em todo o mundo em decorrência da mudança climática global, ligada à queima de combustíveis fósseis e às emissões de gases de efeito estufa.
Portal Voxnet – Via Agência Brasil.